domingo, 23 de novembro de 2014

Estrelas confidentes

E eu fico a olhar o céu estrelado, como se ele fosse me trazer as respostas dos por quês que eu não soube responder. Como se ele fosse me contar como anda tua vida, me mostrar o quanto você está feliz e que seguiu como se nada tivesse acontecido, como se eu não tivesse existido. Me alegra a ideia de te imaginar feliz, de bem com a vida, me dá até vontade de prosseguir, de tentar evoluir, de tentar te afastar de mim. Mas como eu nunca me desapego rápido, tenho recaídas e uma curiosidade louca sobre tua vida e tudo que te cerca. Porque eu, definitivamente, não esqueço fácil. Mas tudo nessa vida tem um fim, e a cada levantar, a cada passo me convenço do quanto aquele ditado é verdade, que de grão em grão a galinha enche o papo, e por mais dolorido que seja afirmar que a cada dia um detalhe seu vai se perdendo, que a lembrança constante vai perdendo sua pontualidade, eu sobrevivi. Quem sabe a gente ainda se encontre por aí, e talvez reconheçamos o quão imaturos éramos, ou quem sabe apenas olharemos para trás com uma saudade conformada. E a mágoa já terá passado e assumiremos que sim, fizemos falta um ao outro, mas como quase tudo é substituível, seguimos adiante e o mais importante de tudo, muito felizes. O bom em relembrar histórias como a nossa, é perceber que a vida é composta de pequenas ironias e que assim como existem milhões de estrelas numa noite sem lua como essa, existem milhões de caminhos possíveis a percorrer, basta escolher. E quem sabe, um dia, essas estrelas me contem em confidência a razão dos encontros e desencontros da vida.

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