E eu fico a olhar o céu estrelado, como se ele
fosse me trazer as respostas dos por quês que eu não soube responder. Como se
ele fosse me contar como anda tua vida, me mostrar o quanto você está feliz e
que seguiu como se nada tivesse acontecido, como se eu não tivesse existido. Me
alegra a ideia de te imaginar feliz, de bem com a vida, me dá até vontade de
prosseguir, de tentar evoluir, de tentar te afastar de mim. Mas como eu nunca
me desapego rápido, tenho recaídas e uma curiosidade louca sobre tua vida e
tudo que te cerca. Porque eu, definitivamente, não esqueço fácil. Mas tudo
nessa vida tem um fim, e a cada levantar, a cada passo me convenço do quanto
aquele ditado é verdade, que de grão em grão a galinha enche o papo, e por mais
dolorido que seja afirmar que a cada dia um detalhe seu vai se perdendo, que a
lembrança constante vai perdendo sua pontualidade, eu sobrevivi. Quem sabe a
gente ainda se encontre por aí, e talvez reconheçamos o quão imaturos éramos,
ou quem sabe apenas olharemos para trás com uma saudade conformada. E a mágoa
já terá passado e assumiremos que sim, fizemos falta um ao outro, mas como
quase tudo é substituível, seguimos adiante e o mais importante de tudo, muito
felizes. O bom em relembrar histórias como a nossa, é perceber que a vida é
composta de pequenas ironias e que assim como existem milhões de estrelas numa
noite sem lua como essa, existem milhões de caminhos possíveis a percorrer,
basta escolher. E quem sabe, um dia, essas estrelas me contem em confidência a
razão dos encontros e desencontros da vida.
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