quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Sobre medos

Escolher é difícil, não escolher mais ainda.
Insuportável é a dúvida.
Pesado é carregar tanta coisa.
Entre a angústia e a falta, escolho fugir.
Escolho desculpas. Escolho não admitir.
Direito este me foi dado,
Se não quiser, não movo um passo!
E negando vou afirmando o que não quero ver...
Claro é o caminho e andar tem sido tão fácil...
Duvidoso é o querer.
Aos poucos vou entendendo meu espaço.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Meu ombro em outro corpo

Amor que se renova. Se fortifica. Me tira do lugar. Me reconforta.
Que sabe a hora de calar, acarinhar e brigar.
Que me conhece muito bem.
Que me deixa conhecer.
Um amor que é feito colo pra acalmar o coração.
Me faz sentir grata por estar exatamente aqui, te acompanhando.
Uma mistura de paz, felicidade e segurança.
O universo é imenso,
E se eu pudesse escolher mil vezes,
As mil vezes escolheria fincar pé por aqui...
Perto do teu sorriso e das nossas delicadezas...
Digo que teu amor é campeão em me fazer ir dormir de coração tranquilo.
Uma plenitude por poder te fazer um bem imenso.
O teu amor é todinho feito de certezas.
Minha primeira lembrança tua é um sorriso
E foi essa minha primeira certeza se tratando da gente
A base, o alicerce da nossa amizade:
Sempre escolher a felicidade!
E de lá pra cá, a gente se apoia,
Fazendo companhia na vida...
Se a vida tá sem sentido, do teu lado eu encontro um norte.
Como você disse, é incrível como ainda consigo te amar mais!
Não se sabe como nem porquê.
Há alguns anos você me sorriu
E agora é morador vitalício no meu mundo.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Amor reciclável

Eu leio nossa história por aí.. Não há como não, a internet tá cheia de gente querendo compartilhar suas dores, e é nelas que eu esbarro com a gente, mesmo que não juntos. Ou esbarro contigo flutuando sobre as palavras de outro, que dizem mais sobre a sua incapacidade de lidar do que você mesmo imagina. Ou tropeço comigo, numa confusão louca de palavras jogadas, incapazes de se organizarem sozinhas, mas igualmente impedidas de pedir ajuda. Poesias falam muito de mim, por vezes são confusas e deixam apenas um aperto no peito. Ou ainda, esbarro com a gente, em uma história bonita, mas que não termina e fica meio que co-existindo e se equilibrando entre as palavras do texto que ecoam na cabeça de quem lê. Nossa história não chega a ter vida própria, ela precisa da minha dor para sobreviver, é meio parasita mesmo. Mas já não é mais tão minha assim, mesmo eu sendo seu alimento. Nem sua, ela nunca gostou desse seu jeito desapegado, livre de toda e qualquer consciência pesada que possa surgir. Sem rumo, inventou de estampar outras dores que nem nos dizem mais tanto respeito assim, histórias nada parecidas, pessoas menos ainda. O nosso amor é reaproveitável. Fico lendo, encantada com tamanha proximidade com a vida real, fico querendo te enviar um trecho ou outro, mas o movimento para a meio caminho. E dói saber que tanto faz, sendo enviada ou não, uma ou dez frases não surtirão efeito algum em você. Nem sempre as pessoas estão em sintonia, mais difícil ainda é usar essa palavra pra falar de nós. Soa até engraçado, falar da sintonia da gente, que nem sequer se gostava igual.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Dormir é se desculpar toda noite

Ah! A amnésia matinal!
Gostaria de poder usá-la nos momentos de angústia,
Quanta paz teriam os meus dias!
Quando acordamos,
De nada
Nem de ninguém
Lembramos.
Toda a culpa jogada fora.
Após longas horas de sono profundo
Poder acordar livre de todo o peso que nos é imposto
E que também o é por nós.
Culpas que, por vezes, nem são nossas,
São atualizadas todo acordar.
São como flashs que nos atormentarão durante o dia que se segue.
Dormir é se desculpar toda noite.
É trégua de guerra para comemorar o réveillon
É uma paz tão sublime não pensar em nada.
Talvez seja como morrer
Ou suicidar-se, tanto faz.
A gente para de se importar.
É poder apenas curtir o respirar.

V(ir)

E se eu escrever, você vem?
Vem pra matar minha saudade
Porque ela sabe maltratar bem

Mas talvez seja coisa da pouca idade
Esse desespero por medo de ficar sem
Sem amor, sem amizade

Mas a (sã)idade logo vem
Talvez seja um presente da maturidade
Ganhar o prêmio ao esperar o que não vem

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Pra lembrar do dia em que te reencontrei aqui dentro

Coração angustiado. Gosto de cigarro. Espera um pouquinho que, dessa vez, não pretendo te perder tão rápido. Fica mais um tempo. Se puder, dorme essa noite aqui? Deixa eu te falar da falta que você faz. Lembranças do ontem que parecem agora, mas que na verdade ainda vão chegar. A qualquer momento. Eu sei que vão. Eu tô esperando por algo que enterrei. Uma curtida que ficou. Um amor que não (d)existiu. Fechar os olhos e reviver. Ser feliz por instantes. Ser feliz novamente. Ser feliz quando puder. Quando der. Abraçar nos sonhos. Tocar a pele. Acordar e logo ir tratar de dar um ponto final. Mas não... Dessa vez não... Quem sabe da próxima vez? O tempo pode estar longe ou bem perto. Posso reviver o ontem como se ele ainda fosse acontecer. A lembrança distante de um frio na barriga se faz física(nova)mente. E viva. Nem parece que já morreu. Dói o peito. O coração aguarda. Mas nada vem. Uma espera conformada. Já senti sua falta. Hoje sinto falta da lembrança. Já não sei te diferenciar dela. Mas não importa. Inalcançável é o querer. Pois é, obrigada por ter vindo, mesmo tendo ficado tão pouco.

domingo, 19 de abril de 2015

Sobre o que fazer ou não fazer, também

E quando a gente tem um poema favorito
Faz o quê com ele?
A gente dá de presente pra um amigo?
Ou deixa lá, guardado
Salvo nos favoritos?
Tatuar na pele deveria ser uma opção...
Mas não.
Ele é livre demais pra se deixar prender
Nesse órgão extenso do nosso corpo
Tatuado ele perderia a beleza
A leveza
Porque a tinta pesa
E com o passar do tempo
Vai pesando ainda mais
Cheio daqueles significados
Doados por quem não tem muito a ver de fato
Com o poema tatuado
Peso pesado
É o pré-conceito velado
Que não mostra a cara
E esconde o que tá na “lata”
Porque preconceito não consegue ser de todo escondido
Ele fala, baixinho.. quase cochichando
Mas fala
E quando a gente dá as costas
Viiiixi
Coitado do poema
Até sem sentido se torna
Deus defenda fazer isso com um poema
Logo aquele
Aquele que tem tanto de mim
Aquele que arranca meus mais sinceros suspiros
Que não tem rima pra muita gente
Porque ele só faz sentido
Pra quem não quer dar sentindo algum
Pra coisa alguma
Nem na vida
Nem na rima

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Futuriver

Não se vive sem esperar um futuro
Viver é sempre esperar algo
Um amigo
Um amor
Uma oportunidade
Uma felicidade
Não se vive esperando o que passou
Porque o que passou não volta
E o futuro vem
Ele bate na porta
Chegar é estar vivo
Partir é morrer

domingo, 15 de março de 2015

Lembrar do que fez bem e fez mal, faz bem

Dia desses minha vó perguntou por você. Talvez pra saber se seu nome ainda mexe comigo. Não sei se soube disfarçar, mas fiquei bastante mexida com aquela indagação. Você não é mais meu último pensamento antes de dormir. Não é mais prioridade, mas de certa forma permanece comigo. E de certa forma mexe também. Eu gostaria de saber como você tá ou por onde anda. Só que eu não sei. E não tenho como saber. E você também não sabe de mim. A pergunta de minha vó revirou e tirou tudo do lugar, muitas lembranças deixadas de lado. Foi como quando esbarro com você na rua e fica um gosto de saudade na boca e no ritmo do coração. Eu não sei ser indiferente com quem já fez tanta diferença pra mim. Te ver enchia meu olhar. E eu não quero esquecer disto. Aliás, não quero esquecer nada. Nem mesmo da parte ruim. Quero te encontrar na rua e sentir as pernas bambas e o coração nervoso. Não te quero pra mim, não confunda as coisas. Já quis muito, mas certas coisas tem seu tempo, e nós fomos uma dessas coisas que o tempo já levou. Só não quero esquecer, nunquinha. Quero não ter nada pra fazer num sábado à noite e escrever um texto cheinho de lembranças nossas. Um texto cheinho de saudade e no final colocar que sinto falta de você e que me dei conta em meio ao ócio, que passar madrugadas de sábados inteiras com você no msn, era, sem perceber, meu melhor programa.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Sonho futuro

Gosto da ideia de futuro e tudo que pode chegar com ele. Gosto de vê-lo se tornar presente. Gosto da ansiedade quando penso nele e acabo desejando que não demore tanto assim, mas não tenha tanta pressa. Gosto da expectativa que acompanha cada plano direcionado à ele. E gosto que ele me surpreenda, que me tire do lugar e que tudo acabe sendo nada do que eu esperava. Gosto que reorganize minhas certezas, mesmo que pra isso seja preciso tirar todas do lugar. Mas não adianta me pedir calma. Muito menos dizer o velho clichê de que devemos viver um dia de cada vez e esperar que eu me contente com isso. Não, essa não rola comigo. Assim parece que esperar é errado. Gosto de me agarrar ao que me sustenta. Se arrebentar, beleza. Eu posso me levantar, seguir em frente, fazer novos planos e criar milhares de expectativas sobre eles. Eu não posso é viver sem esperar nada do dia seguinte. Ah, isso não. Eu preciso de motivos e todos os dias corro atrás deles. Pra mim também não vale se não houver sonhos. Sonhar é desejar ir além. É sentir que podemos tudo e mesmo assim conseguir muito mais se for preciso. Sonhar é sentir a chuva escorrendo pelo rosto. Tem sabor de liberdade. Realidade. É não saber exatamente de onde vem tamanha felicidade e mesmo assim entender a razão daquilo tudo. Sonhar é estar vivo. Sonhar é não saber para onde vai. É sempre esperar por um futuro.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Querido Monstro,

odeio começar um texto e ele ser novamente sobre você. Você mesmo, esse monstro que eu criei com as melhores e piores partes de diferentes amores - platônicos e reais. Eu queria, às vezes, escrever sobre algo interessante, ou apenas diferente. Pra variar um pouquinho. Mas sei lá. Quando tô assim, com os dedos inquietos pra digitar e expulsar o que insiste em apertar o coração, eu acabo colocando você, querido monstro, em tudo quanto é frase, mesmo que nas entrelinhas. Dizem que escrevemos sobre o que conhecemos. Nunca achei que te conhecesse tão bem, porque olha, não vou nem mencionar o tanto que eu já escrevi sobre você na minha vida. Vez ou outra eu gostaria de ter uma borracha mágica que te apagasse. Mas aí eu lembro do tanto que eu gostava de segurar tua mão macia. E ao me lembrar da maciez, relembro e revivo nossa implicância em sempre competir e comparar nossas mãos pra ver quem era o dono da mão mais legal de apertar. Definíamos nossos critérios e nós mesmos éramos participantes e jurados dessa competição maluca. Como não havia vencedor, o prêmio era compartilhado e repleto de gargalhadas como companhia. Ou então eu fico envergonhada quando lembro que você achou bonitinha toda aquela minha ingenuidade. E você pode até não admitir, mas sei que eu era, de longe, sua melhor companhia. Eu não precisava nem ouvir dos seus lábios pra saber, os seus olhos contavam tudo. Não, eu definitivamente não quero perder isso. Nem mesmo a parte ruim que deixa meu coração do tamanho de uma azeitona. Querido monstro, quero te ter pra sempre. Desculpa pelos meus dias ruins. Só peço que fique comigo quando não for tão fácil e leve re-lembrar algumas coisas. Não me abandone. Segure minha mão, não diga nada e espere meu sorriso voltar.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Uma vida com você

Queria achar um jeito de demonstrar, de dizer e até de desenhar tudo o que transborda e tudo que se esconde aqui dentro. Nesse amor que não é meu, nem teu. Que não é propriedade, mas que por acaso resolveu morar na gente. Sabe o que eu queria mesmo? Era poder te guardar sem te prender. Poder ser local de espera, mas te acompanhar por onde for. Poder ser a preguiça do acordar dos teus domingos. Queria ser o tipo de coisa essencial, mas que sem problema viver sem. Porque te preciso dependente, mas necessito ver teu voo! Eu quero poder te escrever, sem ter que reler, sem ter que redizer, sem ter que consertar, mas tudo ter uma explicação – só nossa. Gritar sem explicar o motivo do meu grito, mas que você sabe, obviamente foi um escândalo de amor. Um grito pra te tirar do lugar, ou te fazer ficar. Talvez quisesse passar um tempo integral em teus pensamentos por alguns dias, uma temporada, talvez, e quando tu olhasse pro céu à procura de algo que falta, mas não tem forma, desse de cara com a constelação mais próxima e entendesse que é da gente que você precisa. Eu queria poder te dar o poder que precisa pra realizar todos os seus projetos de vida. Te ajudar a construir o que fosse, uma casinha na árvore ou o caráter. Queria poder preencher tua vida, com sentimentos leves ou com lasanha de frango. Queria que teu coração virasse gente, pra gente conversar e eu dizer que agradeço imensamente o bem que já me fez. Queria poder acabar com os teus sofrimentos e determinar que de agora em diante só fica perto de ti o que for feito de felicidade e mansidão. Porque teu amor é pra mim a mansidão que eu precisava. 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O contrário da lembrança

Esse sorriso já foi tudo o que eu mais precisei em noites como essa. Noites em que a dor vem conformada, como quem sabe que um dia vai embora de vez. Esse é o meu medo. De chegar o dia em que eu vou olhar uma foto tua e em nada me abalar. O dia em que eu vou sentir teu perfume por aí e vou senti-lo como se fosse a primeira vez, talvez até goste dele novamente, mas não vou saber o motivo. O dia em que escutar teu nome vestindo desconhecidos não me causará apreensão alguma. O dia em que vamos passar um pelo outro e nada vai acontecer, nem aqui dentro nem aí. O dia em que para lembrar de ti, precisarei estar relendo aquelas velhas agendas em que eu descarregava toda a dor que não era capaz de carregar sozinha. Com o tempo não vai doer mais, e talvez eu sinta saudade da dor que só não se fazia insuportável, por que precisava te manter vivo e, de certa forma, à mim também. Doeu te ter. Foi quase insuportável te perder. E é indescritível a dor do esquecimento.