Dia desses minha vó perguntou por você. Talvez pra saber se
seu nome ainda mexe comigo. Não sei se soube disfarçar, mas fiquei bastante
mexida com aquela indagação. Você não é mais meu último pensamento antes de
dormir. Não é mais prioridade, mas de certa forma permanece comigo. E de certa
forma mexe também. Eu gostaria de saber como você tá ou por onde anda. Só que
eu não sei. E não tenho como saber. E você também não sabe de mim. A pergunta
de minha vó revirou e tirou tudo do lugar, muitas lembranças deixadas de lado. Foi
como quando esbarro com você na rua e fica um gosto de saudade na boca e no
ritmo do coração. Eu não sei ser indiferente com quem já fez tanta
diferença pra mim. Te ver enchia meu olhar. E eu não quero esquecer disto.
Aliás, não quero esquecer nada. Nem mesmo da parte ruim. Quero te
encontrar na rua e sentir as pernas bambas e o coração nervoso. Não te quero
pra mim, não confunda as coisas. Já quis muito, mas certas coisas tem seu
tempo, e nós fomos uma dessas coisas que o tempo já levou. Só não quero esquecer,
nunquinha. Quero não ter nada pra fazer num sábado à noite e escrever um
texto cheinho de lembranças nossas. Um texto cheinho de saudade e no final
colocar que sinto falta de você e que me dei conta em meio ao ócio, que passar
madrugadas de sábados inteiras com você no msn, era, sem perceber, meu melhor
programa.
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